Um pouco antes de 1510, Duarte Darmas (1465-????), escudeiro do rei D. Manuel I, foi encarregue pelo monarca de registar em desenho todas as fortalezas da raia. O levantamento abrangeu 56 castelos, de Castro Marim a Caminha.
De todos castelos levantados, 20 (um pouco mais de um terço) situam-se na fronteira do Alentejo, uma das mais extensas e importantes do País. É sobre essa vintena de castelos, um eles atualmente em território espanhol, que se debruça a presente proposta. De cada castelo, Duarte Darmas tirou duas perspetivas e fez uma planta da alcáçova. No essencial, a imagem urbana em campo e contra-campo, com as muralhas e o ambiente urbano a servirem de enquadramento. O registo da alcáçova dá direito a medições, feitas em varas e pés. Um registo pormenorizado, ainda hoje de grande utilidade, em especial nos sítios onde se fizeram modificações dignas de registo.
Qual o tema do projeto? A revisão da imagem dos sítios. Ou seja, que veria em cada localidade Duarte Darmas, se no presente pudesse regressar aos sítios que visitou.
Qual o objetivo de “Duarte Darmas revisitado”? Identificar as principais peças de arquitetura que o desenhador viu no século XVI, revisitá-las e contrastar esses verdadeiros ícones com outros monumentos que, em cada sítio, foram sendo construídos até à atualidade. A utilização de novas tecnologias permitirá não só ver o que Duarte Darmas registou como, também, perceber os seus métodos de trabalho e o modo como compunha as imagens.
O Livro das Fortalezas é uma das jóias do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, de cujo site estas imagens foram retiradas: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=3909707